terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Eu voltando, demorei um pouquinho, mas tô aqui.

Como sou muito apaixonada por música, gosto de fazer releituras, ai trago elas de volta e descubro novos significados ou não.

Dou uns passeios proveitosos no passado, lá reside grande parte do que eu sou, só não devo morar por lá, pelo simples fato de morar no presente, com promessas de mudança para o futuro. E, quase como uma sentença, eu determino que sonhar é premissa do amanhã, e que só no presente é possível sonhar com o que virá.

Vocês se lembram de: Vozes da Seca?
Zé Dantas compôs e Luiz Gonzaga imortalizou.
O jeito simples da narrativa do povo sertanejo deu a essa letra toda carga de que precisava pra traduzir a dor de ser tratado como mendigo pelo "sulista", aqui representando o poder e a fartura.
Nesse momento, depois de tantos anos de escrita, a musica do grito nordestino, não poderia ser tão atual.

Luiz Gonzaga

Seu doutô osnordestino têm muitagratidãoPelo auxílio dossulista nessa seca dosertãoMas doutô uma esmolaa um homem qui ésãoOu lhe mata devergonha ou vicia ocidadãoÉ por isso quepidimo proteção avosmicêHome pur nóis escuídopara as rédias dopudêPois doutô dos vinteestado temos oito semchovêVeja bem, quasea metade do Brasil tá semcumêDê serviço a nossopovo, encha os rio debarrageDê cumida a preçobom, não esqueça aaçudageLivre assim nóis daismola, que no fim dessaestiageLhe pagamo inté osjuru sem gastar nossacorageSe o doutô fizerassim salva o povo dosertãoQuando um dia achuva vim, que riqueza pranação!Nunca mais nóispensa em seca, vai dá tudonesse chãoComo vê nossodistino mercê tem nas vossamãos