quinta-feira, 30 de março de 2023

Águas de março

 A canção composta por Tom Jobim ficou eternizada na voz de Elis Regina e ganhou o mundo, se tornando uma das dez músicas mais tocadas no planeta no século XX.

A composição também foi eleita por mais de duzentos críticos em 2001 como a melhor música brasileira de sempre.

A letra, criada por Tom no seu sítio em Pedro do Rio, surgiu num momento crucial da carreira do compositor, que vinha se sentindo frustrado por não conseguir emplacar mais nenhum trabalho depois da Bossa Nova.

Ele se inspirou no característico ciclo do tempo para criar uma letra com a qual todos nós conseguimos nos relacionar.

A canção foi depois traduzida para o inglês e virou The waters of march.

https://www.culturagenial.com/melhores-musicas-mpb/

Tom, dando ares ao outono no hemisfério sul.

As águas de março dando fim ao verão e  nos convidando à introspecção. Á interiorização de sentimentos e reflexões do nosso lugar em nós.



segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Na atual conjuntura de duvidas e incertezas, quis buscar interpretações para uma grande obra de Chico Buarque e Ruy Guerra- Fado Tropical

Encontrei uma analise escrita em 2011 que retrata o que sempre pensei em relação ao que intencionaram passar na época negra da nossa história. Peço licença pra colar.

Para entender a música precisamos conhecer quem compôs, por que compôs, algumas situações, e o que ela quer dizer.
A música “Fado Tropical”, composição de Chico Buarque e Ruy Guerra, Foi escrita no período da ditadura militar que podemos descrevê-la como um período em que o Brasil era governado pelos militares, um período de 21 anos com repressões á quem era contra o regime militar, marcado pela falta de democracia, censura e perseguição política.
Alguns artistas daquela época, que costumava escrever suas músicas baseadas na crítica á política, ficaram um pouco acuados pela censura, pelo fato de todo e qualquer veículo de comunicação ter que passar pela aprovação dos agentes especializados. Mas, enquanto uns se escondiam, outros usavam artimanhas como duplo sentido que passava despercebido pela fiscalização, um exemplo claro é a música “Cálice” de Chico Buarque e Gilberto Gil, que além do sentido religioso trazia por trás a crítica ao governo militar. E ai aparece novamente Chico Buarque.
Foi um dos artistas que se sobressaíram nessa época. Chico Buarque nasceu no Rio de Janeiro (1944) é músico, dramaturgo e escritor. Iniciou sua carrreira em 1960 quando ganhou o festival de MPB, com sua sutileza, ele driblou a ditadura com as suas letras. Ruy Guerra é um cineasta português nasceu em Moçambique (1931) seu filme de maior sucesso foi A queda em 1976.
Juntos, esses dois artistas escreveram a música exclusivamente para a peça “Calabar – “O elogio da traição”. A peça fala sobre a posição de Domingos Fernandes Calabar quando ele preferiu tomar partido ao lado dos holandeses contra a coroa portuguesa. Foi uma peça musicada, com alguns sucessos de Chico Buarque como "Cala a boca, Bárbara" e “Não existe pecado ao sul do Equador" (cantada com Nando Reis). Em 1974, Quando já estava escrita foi proibida pela censura por conter o nome Calabar e em 1980 a peça foi reformulada e liberada pela censura.


Análise
Oh, musa do meu fado 
Oh, minha mãe gentil 
Te deixo consternado 
No primeiro abril 
Mas não sê tão ingrata 
Não esquece quem te amou 
E em tua densa mata 
Se perdeu e se encontrou 
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal 
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal 
"Sabe, no fundo eu sou um sentimental 
Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dosagem de lirismo ( além da sífilis, é claro) 
Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar 
Meu coração fecha os olhos e sinceramente chora..." 
Com avencas na caatinga 
Alecrins no canavial 
Licores na moringa 
Um vinho tropical 
E a linda mulata 
Com rendas do Alentejo 
De quem numa bravata 
Arrebata um beijo 
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal 
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal 
"Meu coração tem um sereno jeito 
E as minhas mãos o golpe duro e presto 
De tal maneira que, depois de feito 
Desencontrado, eu mesmo me contesto 
Se trago as mãos distantes do meu peito 
É que há distância entre intenção e gesto 
E se o meu coração nas mãos estreito 
Me assombra a súbita impressão de incesto 
Quando me encontro no calor da luta 
Ostento a aguda empunhadora à proa 
Mas meu peito se desabotoa 
E se a sentença se anuncia bruta 
Mais que depressa a mão cega executa 
Pois que senão o coração perdoa" 
Guitarras e sanfonas 
Jasmins, coqueiros, fontes 
Sardinhas, mandioca 
Num suave azulejo 
E o rio Amazonas 
Que corre trás-os-montes 
E numa pororoca 
Deságua no Tejo 
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal 
Ainda vai tornar-se um império colonial 
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal 
Ainda vai tornar-se um império colonial



Vocabulário:
Consternado: abater, abalar
Lirismo: sentimento forte, como paixão, cheio de emoção, entusiasmo, ardor.
Alentejo: Região Portuguesa
Bravata: Intimidação, ameaça arrogante
Presto: ligeiro, rápido, veloz, ágil
Incesto: Relação sexual entre parentes próximos
Proa: Frente do navio
Pororoca: é um fenômeno natural caracterizado por grandes e violentas ondas que são formadas a partir do encontro das águas do mar com as águas do rio.



Fado tropical é a canção mais emblemática da obra de Chico Buarque, isso porque foi censurada. A música não chega a ser o fado propriamente dito, pois o fado é cantado por uma só pessoa que seria o fadista e acompanhado por uma viola e a guitarra portuguesa. A canção de Chico Buarque possui o fado (com três estrofes e um refrão) e o soneto melancolicamente declamado por Ruy Guerra.

Título
È complicado fazer a análise de uma letra de música, porque cada um interpreta de uma maneira, mas no caso dessa música, não temos tantas formas de interpretação como nas outras. Logo no título, podemos perceber que temos poucas formas de interpretação. O fado, que é um ritmo português e o “tropical” mexe com a ironia por fazer menção à música “País Tropical” de Jorge Ben, trocando em miúdos, o destino do Brasil como nação, condenado pelo refrão a permanecer para sempre “um imenso Portugal” e o modo de vida “à brasileira”.

Estrofes

O sentido da primeira estrofe parece fora de contexto, mas para as pessoas da época era clara: a referência ao hino nacional e o que era considerada como “gloriosa revolução” de 1964 parecia óbvia. A musa na qual ele se refere é nossa Pátria Amada, Brasil. (“Dos filhos deste bosque és mãe gentil,/Pátria amada,/ Brasil!”)
O dia primeiro de abril tem duas interpretações aceitáveis: o golpe de estado de 64 e pode se tratar também do NOSSO primeiro abril dia 22/04/1500 a descoberta do Brasil.
No refrão podemos perceber a recusa de adaptação ao meio, nele podemos ver o caráter ilusório da nossa independência como nação.
Na estrofe seguinte, ele favorece os traços da nossa terra e fala de uma mulata que, provavelmente é uma escrava. Diz-se do caráter sexual do poder e da violência exercidos.
Acredito que as outras estrofes, estão de fácil entendimento (se lidas com calma)

Conclusão

Recorrendo à poesia, à pintura, ao teatro e à música, os dois artistas traçam um retrato irônico do Brasil como nação em permanente busca de identidade, nos fazendo mergulhar em um perturbador jogo de espelhos da nossa história.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Mais uma sobre Caetano


Olá, eu demoro a dar às caras, mas venho.
Em uma das viagens curtas que fazemos, ouvindo musica, Tati perguntou: Desculpe a minha ignorância, mas quem é Gita Gogoya? Eu, curiosa do mundo da música, surpreendi-me por não ter atentado para essa “personagem” contida numa musica interpretada por uma das minhas Divas da MPB, respondi, não sei, deve ser alguém ligada às artes.
Aquilo ficou martelando e, intrigada com a dúvida lá fui à busca de informações.
Música - Reconvexo, composta por Caetano Veloso e dada a Maria Bethânia para grava-la. Interpretação impecável, som capaz de mexer com o mais pacato dos corpos.
Aqui mesmo, nesse espaço, em 2007, escrevi sobre outra intrigante letra desse baiano que acompanhou a minha vida com varias letras e canções.
Nas conversas, nos círculos onde se discute musica é comum observar que entender Caetano é tarefa difícil. Talvez por isso haja os que amam e os que odeiam. A verdade é que as palavras e os seus sentidos nos levem a pensar mais.
Será que a exemplo de Cajuina ele sabia o real significado de Gita gogoya no conjunto da sua obra?
Na minha pesquisa descobri a Folha Harmônica, nela, na postagem do dia 18/02/2011, Brunner Macedo trás a possível intenção de associa-lo ao conceito de profanação, ou talvez a simples exuberância de mais uma canção.
Filio-me à sua pesquisa e trago aqui a explicação dada em seu espaço para que, se possa entender um pouco mais a inspiração de Caetano.
Transcrevo ipsis litteris:
Trata-se da junção de Gita, da música “Gita” de Raul Seixas, e Gogóia da música “Fruta Gogóia” do antológico álbum de Gal Costa “Fa-Tal: Gal A Todo Vapor”.
Esta pesquisa não poderia parar por aí. O que significa Gita? O que significa Gogóia? O que significa os dois nomes juntos?
Muitos afirmam que a música “Gita” é satânica. Mas seu real significado aparentemente nada tem a ver com Satanás. Para começar, já ouviu falar do Mahabarata? O Mahabarata é o livro sagrado mais importante do hinduísmo e sua autoria é atribuída a Krishna, forma materializada do divino. O Mahabarata é considerado um manual de psicologia evolutiva do ser humano e, com seus 90 mil versos, é a obra com o maior volume de textos da humanidade. Inserido no Mahabarata está o “Bhagavad Gita” (“A Canção do Senhor”), o texto sagrado mais popular do hinduísmo. No “Bhagavad Gita”, Krishna, expõe os pontos mais importantes do hinduísmo, como no trecho: “Aquele cujo coração não se atém às impressões exteriores encontra em si mesmo a felicidade; em união mística com Brahma através da Yoga, desfruta perpétua bem-aventurança.”

Além de realizar síntese filosófica do hinduísmo, Krishna discorre sobre sua universilidade e plenitude. Em um dado momento cita: “Entre as estrelas sou a lua… entre os animais selvagens sou o leão… dos peixes eu sou o tubarão…. de todas as criações eu sou o início e também o fim e também o meio… das letras eu sou a letra A… eu sou a morte que tudo devora e o gerador de todas as coisas ainda por existir… sou o jogo de azar dos enganadores…”. Neste trecho fica evidente a inspiração de Raul Seixas e Paulo Coelho para comporem sua Gita. Gita é, portanto, um hino, um canto que, elevado à significância hindu, é um canto sagrado.
Vamos agora à Gogóia. Gal Costa abre seu ótimo show/álbum de 1971, “Fa-Tal: Gal A Todo Vapor”, com a frase “Eu sou uma fruta gogóia, Eu sou uma moça”. Os dicionários de português dizem que “gogóia” é o nome de uma espécie de melancia de praia, mas esse provavelmente não é o que o cancioneiro popular quer traduzir. Pela observância das autoafirmações da letra desta canção do folclore baiano, é possível arriscar um significado para “gogóia” como algo exuberante, levado, em personificação humana, para um caráter sexual, talvez.
Antes de partir para as conclusões, note a semelhança das construções de “Gita”, “Fruta Gogóia” e “Reconvexo’, perceba a abundancia da afirmação “eu sou”.GITA: “(…) Eu sou a luz das estrelas/ Eu sou a cor do luar/ Eu sou as coisas da vida/ Eu sou o medo de amar/ Eu sou o medo do fraco/ A força da imaginação/ O blefe do jogador/ Eu sou!… Eu fui!… Eu vou!…/ Gita! Gita! Gita! Gita! Gita!/Eu sou o seu sacrifício/ A placa de contra-mão/ O sangue no olhar do vampiro/ E as juras da maldição/ Eu sou a vela que acende/ Eu sou a luz que se apaga/ Eu sou a beira do abismo/ Eu sou o tudo e o nada (…)”
FRUTA GOGÒIA: “Eu sou uma fruta gogoia/ Eu sou uma moça/ Eu sou calunga de louça/ Eu sou uma jóia/ Eu sou a chuva que molha/ Que refresca bem/ Eu sou o balanço do trem/ Carreira de Tróia/ Eu sou a tirana bóia/ Eu sou o mar/ Samba que eu ensaiar/ Mestre não olha.”
RECONVEXO: (…) Eu sou a chuva que lança a areia do Saara/ Sobre os automóveis de Roma/ Eu sou a sereia que dança/ A destemida Iara/ Água e folha da Amazônia/ Eu sou a sombra da voz da matriarca da Roma Negra (…) Eu sou um preto norte-americano forte / Com um brinco de ouro na orelha/ Eu sou a flor da primeira música/ A mais velha/ A mais nova espada e seu corte/ Sou o cheiro dos livros desesperados/ Sou Gitá Gogóia/ Seu olho me olha mas não me pode alcançar(…)”


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013


O que é interpretação de musica ou poesia? Porque em fases diferentes da vida, geralmente, damos conotações diferentes em momentos diversos, para composições, literárias escritas e/ou musicalizadas? Será empatia com o autor? Será o sentimento, um lugar comum? Será a sintonia entre os que amam, sofrem ou choram?

Essas e outras perguntas fazem parte do meu fascínio pela poesia.

Quando lemos algo que nos desperta qualquer sentimento digno de nota, é natural a busca pela interpretação do seu significado, que às vezes, mescla-se pelo interesse em saber como surgiu ou no que pensava quem o escreveu, em que parte da sua essência esteve mergulhado ou permanece.

Comigo acontece isso com muita frequência. A música me embala a alma, a letra tem o condão de me conduzir ao já vivido ou ao universo singular do poeta.

Agora, movida por esse conjunto de sentimento, emoção e interesse, andei pesquisando nalguns comentários sobre uma musica composta por Nando Reis e “visceralmente, docemente” cantada por Cassia Eller. Muitos foram encontrados, alguns pretenciosos, apostavam no amor do poeta por sua musa, outros buscam o significado etimológico das palavras escritas ou ainda outros que especulam sobre o endereço contido na canção.

Um Pedro comentou: .... é uma relação de amor e amizade dessas q não tem como não se emocionar visto q a cassia eller e o nando eram amigos e ele fazia músicas pra ela cantar então é claro q esta música é uma declaração de amor e amizade a ela..”estranho é gostar tanto do seu all star azul” (se ele gosta tanto do all star azul imagina dela?)”

Outro de uma Patrícia: “... Ele conta que seria estranho se ele a deixasse passar, como foi incrível o que os ligou.

Como se ele tivesse mudado de ideia em relação ao amor, principalmente à primeira vista, e agora o defende, enfatizando que bizarro não é amar, e sim deixar este sentimento mágico se esvair.

Ao vê-la pela primeira vez já soube que a amaria; Ele diz que se isto não tivesse acontecido o sal viria doce para os novos lábios, que no caso seria impossível. Compara-a com grandes descobertas como a do Brasil. E diz que estava mesmo em seu destino, encontra-la.

Seu all star foi o que mais prendeu-lhe a atenção, é estranho gostar tanto disso. E pensar que o bairro dela sente-se feliz por ele ir vê-la e terminar “aquela conversa”. Isso é uma boa desculpa para vê-la todos os dias.

Estranho é eles compartilharem uma intimidade, cumplicidade, um sentimento que é encontrado em relacionamento longos. Nota-se a importância do All Star dele, e como o deixa contente saber que também combinam nisso. Quando ele fala do homem que foi a lua, ele associa que as coisas impossíveis são apenas ilusões até que possamos provar o contrário;

E mais uma vez apaixonado, comenta que a voz dela encaixa-se perfeitamente com as músicas dele. Que o coração dele é o canto dela, que eles se completam não há como negar.

Esse comentário bateu com o que sinto ao ouvir Cássia cantar. Imagino todo o sentimento que ela, Cássia, fez brotar em Nando. É inútil esconder o prazer que vem em ser amada assim. O amor vindo no caminho “certo”, a amizade que amadureceu e aprendeu e ensinou a amar.

É isso ai, fica pra vcs pensarem no amor que tiveram, têm ou terão.

 

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Eu voltando, demorei um pouquinho, mas tô aqui.

Como sou muito apaixonada por música, gosto de fazer releituras, ai trago elas de volta e descubro novos significados ou não.

Dou uns passeios proveitosos no passado, lá reside grande parte do que eu sou, só não devo morar por lá, pelo simples fato de morar no presente, com promessas de mudança para o futuro. E, quase como uma sentença, eu determino que sonhar é premissa do amanhã, e que só no presente é possível sonhar com o que virá.

Vocês se lembram de: Vozes da Seca?
Zé Dantas compôs e Luiz Gonzaga imortalizou.
O jeito simples da narrativa do povo sertanejo deu a essa letra toda carga de que precisava pra traduzir a dor de ser tratado como mendigo pelo "sulista", aqui representando o poder e a fartura.
Nesse momento, depois de tantos anos de escrita, a musica do grito nordestino, não poderia ser tão atual.

Luiz Gonzaga

Seu doutô osnordestino têm muitagratidãoPelo auxílio dossulista nessa seca dosertãoMas doutô uma esmolaa um homem qui ésãoOu lhe mata devergonha ou vicia ocidadãoÉ por isso quepidimo proteção avosmicêHome pur nóis escuídopara as rédias dopudêPois doutô dos vinteestado temos oito semchovêVeja bem, quasea metade do Brasil tá semcumêDê serviço a nossopovo, encha os rio debarrageDê cumida a preçobom, não esqueça aaçudageLivre assim nóis daismola, que no fim dessaestiageLhe pagamo inté osjuru sem gastar nossacorageSe o doutô fizerassim salva o povo dosertãoQuando um dia achuva vim, que riqueza pranação!Nunca mais nóispensa em seca, vai dá tudonesse chãoComo vê nossodistino mercê tem nas vossamãos



domingo, 4 de julho de 2010

Retomando

Depois de um longo e tenobroso inverno, olha eu aqui de novo, e no inverno, porém aquele da estação do ano, frio, aconchegante e com cheiro de terra molhada.
Estou sofrendo de nostagia, sabe aquela saudade que faz a gente voltar no tempo? Aqueles tempos embalados pela boa musica, pelo sentido das letras, pelo poder de reflexão que as musicas do "meu tempo" eram capazes de provocar.
"Se eu soubesse quanto doi a vida essa dor tão doída não doia assim. Agora resta uma mesa na sala e hoje ninguem mais fala no seu bandolim. Naquela mesa ta faltando ele e a saudade dele tá doendo em mim".
Faço minhas as palavras de Sergio Bitencourt (Naquela mesa), ta faltando o tempo das boas produções, das boas vozes, dos talentos. Às vezes digo a Carol, minha estrela, que sofro de crises de abstinencia quando passo muito tempo sem ouvi-la cantar, é verdade ela é capaz de resgatar da minha memoria, ao vivo, o som das doces melodias que ouvia nos aureos tempos de grandes produções musicais.
O que aconteceu com as musas e os grandes momentos dos nossos artistas? Será que ainda tenho a ilusão de que nem tudo gira em torno do comercial, do embalo vendavel provocado pelos sons "chicletes", aqueles que a gente ouve sem querer e grudam nos nossos cerebros e insistem em voltar e turvar os sons melodiosos do passado?
Eu vou teimar em cultuar a minha saudade, vou ouvir boas musicas, vou cantarolar além do banheiro, vou brindar os ouvidos dos não privilegiados, dos que não viveram os bons tempos da criação "divina" dos humanos iluminados. Quero fazer um movimento de resgate, de garimpo, das coisas boas que querem deixar no bau do esquecimento. Quem de vcs pode ou quer levantar essa bandeira?
Espero que comentem e opinem, suas criticas e opiniões serão os responsaveis pela proxima postagem.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Noticias de cá

Qualquer dia eu volto.
Já estou ficando pronta pra escrever "outra vez".
Sobre musica, sobre gente e até penso em arriscar falar sobre o amor e a amizade.
Bjs gdes.
"Até um dia, até talvez, até quem sabe".